Uma investigação conjunta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) e da Polícia Civil revelou um esquema de manipulação de gabaritos em concursos públicos e processos seletivos no Extremo-Oeste de Santa Catarina e no Paraná.
Há indícios de participação de servidores públicos municipais. Entre os investigados está Fábio Antonio Agostinetto, que estava no cargo de secretário municipal de Transportes, Obras e Serviços Públicos de União do Oeste, nomeado em janeiro deste ano.
Conforme o Diário Oficial do Município de União do Oeste, Fábio Antonio Agostinetto foi exonerado do cargo nesta quinta-feira (2).
Durante buscas na casa de Fábio, os agentes apreenderam uma arma calibre 22 e munições sem registro, o que levou à prisão em flagrante, mas foi liberado após pagamento de fiança.
Segundo as apurações, a empresa responsável pela organização dos certames favorecia candidatos previamente escolhidos mediante pagamento.
Os valores eram negociados antes das provas, em encontros presenciais entre candidatos e integrantes do esquema. Em alguns casos, os gabaritos eram alterados mesmo após a aplicação.
O caso iniciou em maio de 2024, após denúncia de uma candidata da prefeitura de Jardinópolis, que apontou irregularidades no concurso público local. A empresa contratada para organizar o certame não possuía sede formal e usava um endereço fictício em Novo Horizonte.
A investigação identificou que o esquema se estendia a concursos em diversas cidades da região. O cruzamento de informações permitiu a deflagração simultânea das operações na quarta-feira (1º).
As operações resultaram em:
44 mandados de busca e apreensão em 10 municípios;
um mandado de prisão preventiva;
oito suspensões do exercício de função pública;
suspensão da atividade da empresa investigada, que está proibida de participar de licitações.
A mobilização envolveu 137 agentes, 40 viaturas, seis promotores de Justiça, além do apoio das Polícias Militar e Civil, do Gaeco do Paraná, suporte aéreo do Saer-Fron (Serviço AeroPolicial de Fronteira) e perícia da Polícia Científica.
O inquérito policial deve ser concluído em até 60 dias. Os investigados poderão responder por fraude em certame de interesse público, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsificação de documentos.
As apurações seguem sob sigilo e novas informações só devem ser divulgadas mediante autorização judicial.
Fonte: ND mais
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